Page 90 - Tudo Sobre o ENEM
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» Eufemismo: é quando se tenta amenizar » Elipse: é quando se omite uma ou mais LINGUAGEM E SUAS TECNOLOGIAS
o que é desagradável por meio da subs- palavras da oração, mas que ficam suben-
tituição de palavras ou expressões mais tendidas. Exemplo: “No mar, (há) tanta
suaves. Exemplo: Ele partiu dessa para tormenta e (há) tanto dano.†(Camões).
melhor. (no lugar de: Ele morreu.).
» Hipérbato ou Inversão: é quando ocor-
» Hipérbole: é quando se faz uma afirmação re a inversão da ordem natural da frase.
propositalmente exagerada para enfatizar Exemplo: “Ouviram do Ipiranga as mar-
ideias ou sentimentos. Exemplo: Estou gens plácidas.†– Hino Nacional.
morrendo de sede.
» PolissÃndeto: é quando ocorre a repeti-
» Paradoxo ou oxÃmoro: é uma figura de pen- ção de um conectivo. Exemplo: “Falta-lhe
samento que consiste em quando a conotação o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita,
extrapola o senso comum, ou seja, a lógica. luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se
Traz ideias contraditórias entre si. Exemplo: espedaça, e morre.†- Olavo Bilac .
“O amor é um fogo que arde sem se ver, é
ferida que dói e não se sente.†– Camões. » Repetição ou anáfora: é quando se repete
a mesma palavra ou expressão a intervalos
» Prosopopeia ou personificação: é quan- regulares, geralmente no inicio de frases ou
do se atribuem qualidades e caracterÃs- membros de frases. Exemplo: “Se você gritas-
ticas humanas a seres inanimados, irra- se, Se você gemesse, Se você tocasse a valsa
cionais ou abstratos. Exemplo: O vento vienense.†- Carlos Drummond de Andrade.
soprou em meus ouvidos.
» Silepse: é quando a concordância é feita
» PerÃfrase ou antonomásia: consiste em não com a forma gramatical, mas com o
substituir um nome ou expressão por ou- sentido, a ideia. Pode ser de gênero, pes-
tra que identifique com facilidade. Muitas soa ou número. Exemplo: Vossa Senhoria
vezes utiliza-se uma caracterÃstica conhe- está atrasado. Neste caso, subentende-se
cida para substituir o nome. Exemplo: O que a pessoa que representada pelo pro-
rei da música no lugar de Roberto Carlos. nome de tratamento é do sexo masculino.
» Gradação: é quando se tem uma sequência » Zeugma: é uma forma de elipse, ocorren-
crescente de ideias ou fatos até um clÃmax, do quando há uma omissão de um termo.
ou intensidade maior. Exemplo: “O primei- Entretanto, se o termo suprimido já apa-
ro milhão possuÃdo excita, acirra, assa- receu na frase, essa figura é chamada de
nha a gula do milionário.†– Olavo Bilac. zeugma. Exemplo: Eu gosto de matemáti-
ca. Você, de português.
As ï¬guras de construção
A INTERTEXTUALIDADE
» Anacoluto: é quando se quebra a sequên-
cia gramatical da frase de uma forma sú- A intertextualidade pode ser definida como
bita. Trata-se de uma construção irregular. sendo um “diálogo†entre textos. Esse diálogo
Exemplo: “O homem, chamar-lhe mito pressupõe um universo cultural muito amplo e
não passa de anacoluto.†– Carlos Drum- complexo, pois implica a identificação e o reco-
mond de Andrade. nhecimento de remissões a obras ou a trechos
mais ou menos conhecidos. Dependendo da situ-
» AssÃndeto: é quando há a supressão a falta ação, a intertextualidade tem funções diferentes
do conectivo entre elementos conectados. que dependem dos textos e/ ou contextos em que
Exemplo: “Soltei a pena, Moisés dobrou ela é inserida. Sendo assim, exige do leitor um
o jornal, Pimentel roeu as unhas†– Gra- conhecimento de mundo prévio. Abaixo temos
ciliano Ramos. exemplos bem conhecidos de intertextualidade,
feitos em cima do poema “Canção do ExÃlio†de
Gonçalves Dias.
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