Page 3 - Ensino Superior n.º 61
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Editorial                                                                           1










            Eleições no SNESup









              or regra, em cada dois anos, antes das   Não votar é retirar força às ações do
              férias, o  SNESup  vai  a  votos. Dito  as-  Sindicato. Uma democracia participa-
         Psim, parece um ritual sem qualquer ou-  da é sempre uma democracia mais le-
          tro alcance aparente que não seja o de cum-  gitimada.  Não votar é também  uma
          prir um calendário estatutário sem significa-  desconsideração  por  aqueles  que  se
          do. A questão que se coloca é precisamente   disponibilizam para assumir o esforço
          a do significado das eleições numa organiza-  da  luta  coletiva  das  profissões  docen-
          ção como o SNESup. Sem dúvida que as mes-  tes e de investigação do sistema de ensi-
          mas são o garante fundamental da necessá-  no superior e ciência. É, independentemen-
          ria democracia interna. Resta saber até que   te da forma como se vote, manifestar solida-
          ponto  o  exercício  da  de-                        riedade com as causas do   PAULO PEIXOTO
          mocracia interna cumpre                             ensino superior.       PAULO.PEIXOTO@SNESUP.PT
          o seu maior desígnio: as-  Não votar é retirar        O nº 61 da Ensino Su-
          segurar a participação.                             perior –  Revista do SNE-
            A taxa de participa-     força às ações           Sup dedica grande par-
          ção nas eleições do SNE-    do Sindicato.           te  do  seu  espaço  à  As-
          Sup,  ciclicamente a ron-                           sembleia Geral Eleito-
          dar os 10% dos que  têm   Uma democracia            ral. Esperando  que  o ní-
          direito a voto, é um pri-  participada é sempre     vel de participação exce-
          meiro indicador preocu-                             da os registados nos atos
          pante. Não o seria se ou-  uma democracia mais      eleitorais anteriores, pu-
          tras formas de participa-    legitimada.            blicaremos os resulta-
          ção  na  vida  sindical  fos-                       dos  no  próximo  núme-
          sem  preenchidas.  O  pro-                          ro. Na ‘vida sindical’ pu-
          blema é que em outras di-                           blicamos um  excerto do
          mensões da vida sindical, que não as eleições,   Relatório de Atividades da Direção relativo a
          os níveis de participação são também tenden-  2017. Na ‘opinião’ discutimos eventuais mu-
          cialmente baixos.                    danças a introduzir no enquadramento legal
            A atomização das carreias pode explicar,   das provas públicas de agregação. Recorren-
          em grande parte, a ausência de uma cidada-  do a dados da DGEEC, a ‘infografia’ traz um
          nia  sindical,  até porque  esta assenta numa   perfil do docente do ensino superior. Avalia-
          ação  coletiva  e  aquela  numa  ação  crescen-  ção e mérito são o tema focado pelos ‘Rela-
          temente individual.  Mas não pode explicar   tos do Bule’. A secção jurídica publica um pa-
          tudo. Certamente, não explica o incumpri-  recer de Paulo Veiga e Moura relativo à alte-
          mento do  “mínimo  olímpico” que  se exige.   ração do posicionamento remuneratório dos
          Votar.                               docentes do ensino superior.














                                       DOI: 10.26329/2018.61.1
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